Opinião

O ESG feminino, umas das pautas mais relevantes do eixo social das empresas

Por Marcelo Dutra da Silva
Ecólogo
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Neste recém passado 8 de março, data que comemoramos o Dia Internacional da Mulher, uma série de lembranças necessárias voltam às telas e redes sociais, especialmente as notícias de abuso e violência doméstica, desigualdade e falta de oportunidades de acesso ao mercado de trabalho. Uma realidade que ainda se impõem, apesar do esforço diário das instituições e das forças vivas da sociedade, que buscam na mudança de cultura garantir o direito das mulheres.

As iniciativas são variadas, muitas delas voltadas à igualdade de gênero, onde o ambiente de trabalho tem um papel relevante. É impressionante que ainda se tenha notícias que homens e mulheres são remunerados de forma diferente para fazer a mesma coisa; não é possível que mulheres, muitas vezes mais qualificadas para uma vaga, não sejam selecionadas pelo simples fato de serem mulheres; e não é concebível que a carga extra feminina, como esposa, mãe e que também cuida da casa, não tenha espaço no mercado de trabalho.

O famoso "teto de vidro", como é chamado por alguns especialistas, é a condição que coloca as mulheres em desvantagem, uma vez que elas, em função das suas atividades domésticas, impondo dificuldades para estudar, buscar uma vaga de emprego ou mesmo crescer no ambiente de trabalho. De acordo com o IBGE, a distância entre homens e mulheres é muito maior do que se imagina. Por exemplo, a ocupação de pessoas com ou sem filhos: homens com crianças têm mais oportunidades, com 89% de ocupação, comparado a mulheres, com 56,6%. Sem criança, ambos têm mais chances, mas a distância entre homens e mulheres é gigante. E quando comparado com mulheres pretas ou pardas, o desequilíbrio é total.
As mulheres estão se qualificando mais e representam maioria na formação superior, mesmo assim, tem uma carga de trabalho semanal maior e uma remuneração menor, inclusive no serviço público, o que é muito estranho, já que a Lei da Igualdade Salarial prevê, justamente, o equilíbrio das remunerações entre os gêneros. O que dá uma ideia do tamanho do desafio que temos a enfrentar.

O ESG feminino, enquanto pauta geral corporativa de valorização do papel da mulher nas empresas e organizações, incluindo o ambiente público de trabalho. Neste guarda-chuva, vamos dizer assim, a agenda ESG se multiplica em uma série de iniciativas que podem ser adotadas pelas empresas, enquanto boas práticas do eixo social, que tem como estratégia principal a promoção da mulher no ambiente de trabalho. E isso tem dado muito certo, diferenciando as empresas com responsabilidade socioambiental das que estão completamente atrasadas neste processo.

O eixo social de qualquer empresa é o mais complexo e o que tem o maior número de alternativas de ajustes para elevar a responsabilidade de uma organização, ao longo de toda cadeia de valor. É neste eixo que mulheres são vistas em pé de igualdade em relação aos homens, seja na condição numérica representativa, seja na remuneração, nas oportunidades de ascensão ou mesmo no posicionamento administrativo. Aliás, um parâmetro importante para reconhecer o grau de maturidade de uma empresa está em saber como aquela organização trata, promove e/ou valoriza seu contingente feminino, para além de outras pautas positivas. E nada disso tem a ver com o tamanho da empresa ou seguimento em que atua. É tudo uma questão de evolução administrativa.

Empresas maduras geram oportunidades que visam reduzir a distância entre homens e mulheres. Também, são empresas que reconhecem a carga extra que toda mulher carrega, diferente da grande maioria dos homens. Talvez por isso o trabalho de cuidado tenha recebido tanta atenção por parte das empresas, que se esforçam para reconhecer o trabalho de homens e mulheres, em razão da carga de trabalho que cada gênero carrega.

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